(Tradução Provisional)

RecomendaçãO do Conselho de Emigração aos Países Estrangeiros FUTURA POLíTICA sobre a COLABORAçãO COM AS COMUNIDADES NIKKEIS NO EXTERIOR

11 de dezembro de 2000

Índice

Introdução

  1. Conceito Básico Relacionado a Colaborações Futuras com Comunidade Nikkei no Exterior

    (1) Conceito Básico
    (2) Pontos a considerar

  2. Medidas Concretas Futuras

    (1) Providências para o auxílio aos emigrantes

    (a) Assistência social aos emigrantes idosos
    (b) Continuação das medidas de apoio necessárias
    (c) Esclarecimento e serviço de informação ao povo japonês a respeito da comunidade de emigrantes japoneses e descendentes, e colaboração às pesquisas técnicas

    (2) Auxílio para a manutenção/promoção das relações entre o Japão e a comunidade nikkei no exterior.

    (a) Ensino da língua japonesa
    (b) Relações públicas e cultura
    (c) Promoção do amplo intercâmbio humano com a comunidade nikkei

    (3) Cooperação nas áreas de desenvolvimento, economia e tecnologia

    (a) Formação de recursos humanos
    (b) Cooperação econômica e técnica
    (c) Cooperação nos projetos de nível nacional ou internacional que sejam benéficos à comunidade nikkei
    (d) Cooperação nas atividades e nos negócios

    (4) Trabalhos dos nikkeis no Japão

    (a) Recebimento dos nikkeis, fornecimento prévio de informações
    (b) Auxílio durante a permanência dos nikkeis no Japão
    (c) Apoio aos nikkeis depois de seu retorno ao país

    (5) Intensificação da união e colaboração da comunidade nikkei com as áreas relacionadas do Japão e do exterior


Introdução

No Japão, a emigração começou em 1868, com a ida dos japoneses para o Havaí, registrando uma história de mais de 130 anos. O número de emigrantes antes da 2a Guerra Mundial era de cerca de 780.000 pessoas, e após a Guerra, cerca de 260.000, totalizando aproximadamente 1.040.000 pessoas. Conforme mencionado no relatório de recomendação de 1993, estima-se que o número de emigrantes japoneses e de nikkeis, ou seja, seus descendentes, chegue a quase 2.500.000 pessoas, que se encontram principalmente no continente americano. Destas, cerca de 1.300.000 pessoas estão no Brasil e cerca de 1.000.000, nos Estados Unidos. Em cada um dos países em que vivem, os nikkeis:

a) atuam em uma ampla faixa de atividades, tais como política, economia, administração governamental, tecnologia, cultura, etc.;
b) efetuam grandes colaborações para o desenvolvimento econômico e social de cada país, gozando de alto reconhecimento por parte do povo local; e
c) exercem importante papel, colaborando para o aumento da compreensão mútua entre o país imigrado e o Japão, assim como para o desenvolvimento das relações de amizade.

Com o transcorrer dos anos, a grande maioria dos membros da comunidade nikkei do exterior, formada pela 2a a 4a gerações, está cada vez mais integrada na comunidade local. Se, por um lado, aumenta o número de nikkeis que não possuem nacionalidade japonesa e não compreendem a língua japonesa, por outro, aumenta o número de "nova 1a geração", que domina tecnologias e técnicas em diversas áreas, ou o número de novos emigrantes que apresentam grande talento no mundo acadêmico ou de pesquisas e que passam a viver em países desenvolvidos, principalmente nos Estados Unidos. Nota-se, também, um aumento nas vozes que clamam pela necessidade de troca de informações entre os próprios nikkeis. No relatório de recomendação de 1993 do nosso conselho, foi estimado que o número de nikkeis que trabalham no Japão ultrapassa 150.000 pessoas, recomendando-se a necessidade de tomar medidas para sanar os problemas enfrentados pelos nikkeis. Atualmente, as atividades dos trabalhadores nikkeis continuam, aumentando cada vez mais a necessidade de se elaborar estas medidas.

Desde que foi estabelecido em 1955, o nosso conselho fez com que a cooperação internacional aparecesse pela primeira vez em 1960, no relatório apresentado ao Primeiro-Ministro, como um conceito de migração ao exterior. No relatório de 1962, houve um aprimoramento do pensamento tradicional a respeito da migração, criando-se novos conceitos de migração, tais como "A migração não deve ser vista apenas como movimento da força de trabalho, e sim, como um movimento local da capacidade de desenvolvimento" e como "A migração significa colaboração à capacidade de desenvolvimento do país receptor e ao bem-estar do globo terrestre, havendo necessidade de se aumentar o renome internacional do Japão e dos japoneses". No relatório de 1985, foi levada em consideração, pela primeira vez, a colaboração com os nikkeis sob o pensamento de que "Tradicionalmente, o Japão veio traçando medidas voltadas aos nikkeis, principalmente aos descendentes de emigrantes da América Central e do Sul do pós-guerra, como uma extensão das atividades de migração. Analisando-se o fato de que os nikkeis, inclusive os emigrantes japoneses de antes da guerra e seus descendentes, contribuem para o progresso da comunidade dos países em que residem e, simultaneamente, desempenham o papel de agentes da cultura japonesa e da propagação das relações nipônicas, sendo sua contribuição na intensificação da compreensão entre os dois países e na manutenção e estreitamento das relações de amizade, é muito importante que continuemos a apoiar intensamente as atividades dos nikkeis".

No relatório de 1993, foi concluído que seria desejável que as atividades relacionadas ao envio de migrantes com auxílio do governo fossem organizadas em etapas. Ao mesmo tempo, o relatório apontou os principais problemas que os emigrantes e a comunidade nikkei enfrentam atualmente e, como diretrizes da futura política, foram apresentados os seguintes pensamentos:

a) Até o presente, as atividades de migração eram voltadas basicamente aos emigrantes, mas, levando-se em conta a ajuda dada aos emigrantes, é necessário e adequado estender essa faixa até pelo menos a 3a geração de nikkeis;
b) Auxiliar os nikkeis e educá-los de forma a se tornarem conhecedores e apreciadores do Japão nos países onde vivem é um recurso para o incentivo a uma relação mais intensa entre os dois países, ou seja, o Japão e o país em que vivem os nikkeis;
c) Apoiar a elevação da posição social ou da capacidade dos nikkeis resulta também no progresso o país em que reside; e
d) Sintetizando, a existência dos nikkeis contribui para o fortalecimento da fundação das relações diplomáticas entre o Japão e o país dos nikkeis.

Às portas do século 21, o nosso conselho considera que o ideal é abandonar o antigo ponto de vista que tem como centro o apoio ao emigrante, e estabelecer um conceito basico, posicionando o relacionamento e a colaboração do Japão e da comunidade nikkei do mundo todo como uma atividade de alto valor em termos de política externa do Japão. E, a partir desta conscientização dos problemas, a partir do ano passado foram efetuados debates e análises, levando em consideração as opiniões de pessoas relacionadas de diversas áreas, a começar pelos representantes nikkeis do mundo inteiro que participaram da Convenção dos Nikkeis e Japoneses no Exterior.

O presente relatório, "Futura Política sobre a Colaboração com as Comunidades Nikkeis no Exterior", foi baseado no relatório de 1993, com desenvolvimento da concepção e de medidas concretas, e tem como objetivo definir a direção da política futura do Japão.

Acompanhando a reforma a ser realizada nos ministérios e órgãos centrais em janeiro do ano vindouro, o nosso conselho pretende se reorganizar como Conselho de Intercâmbio com os Países Estrangeiros com base nos pensamentos atuais, e aqui, foi compilado o último relatório como Conselho de Emigração aos Países Estrangeiros. Ao governo, solicitamos considerar suficientemente o presente relatório, tendo em vista as futuras promoções do intercâmbio internacional.

1. Conceito Básico Relacionado a Colaborações Futuras com Comunidade Nikkei no Exterior

(1) Conceito Básico

Quanto à política diplomática básica do Japão, a nova lei estabelecida pelo Ministério das Relações Exteriores, que entrará em vigor em janeiro do ano vindouro, estipula como função do referido ministério: "Colaborar para a manutenção de uma sociedade internacional pacífica e segura e, simultaneamente, criar um bom ambiente internacional através de trabalhos independentes e intensos, e aumentar os benefícios do Japão e dos japoneses dentro da sociedade internacional, mantendo ou desenvolvendo relações harmoniosas com o exterior". O Japão vem, desta forma, aumentando as relações de amizade e fraternidade e a compreensão mútua com os países estrangeiros, através da colaboração econômica e técnica, intercâmbio humano, formação do pessoal, atividades de relações públicas e culturais, e outras atividades, esforçando-se para manter a paz e a segurança da sociedade internacional e aumentar os benefícios do Japão e do povo japonês.

Os nikkeis do exterior, independentemente de sua fluência ou não no idioma japonês, ou da posse ou não da nacionalidade japonesa, encontram-se numa posição de boa compreensão dos dois países, ou seja, o Japão e o país em que vivem. Pode-se dizer que eles constituem uma "ponte de ligação" entre o Japão e esse país. Por isso, já está se discutindo a formação de uma rede de conexão das comunidade nikkeis de diversos países. Essas atividades dos nikkeis nos países em que vivem tornam-se, para o Japão, patrimônios morfos ou amorfos. Para a comunidade nikkei, é fundamental também a integração e a contribuição para com a sociedade local. Contudo, agora que a comunidade nikkei está atingindo os objetivos de integração à sociedade local e contribuição ao país, está começando a surgir no meio dos nikkeis, a preocupação de que a ligação com o Japão desaparecerá se cada um não se esforçar em mantê-la. Além disso, estão surgindo pessoas que desejam aprender a língua ou cultura japonesa, confirmar suas raízes japonesas e intensificar as relações com o Japão. Atender a esses desejos serve para que a comunidade japonesa contribua ainda mais ao país em que reside, e o Japão também deve efetuar intensivamente a colaboração. Além disso, os japoneses que atuam no exterior utilizando seus talentos e técnicas, principalmente dos chamados "nova 1a geração", mencionados anteriormente, constituem novos tipos de "ponte de ligação". Os conselhos e expectativas em relação ao Japão manifestados por estas pessoas com vasta experiência no exterior são de grande valia, e devemos ouvi-los com atenção.

É muito importante que o nosso país atenda às solicitações e às expectativas dos nikkeis, e efetuar a colaboração ou apoio para atender às necessidades dos nikkeis do exterior, serve para elevar a posição da comunidade nikkei e, também, resulta na compreensão do Japão pelo povo do país em que reside, e na elevação da imagem do nosso país.

Mediante esse pensamento, é desejável que a colaboração com os nikkeis e a comunidade nikkei seja intensa e clara, mesmo com referência à política diplomática do Japão e, para isso, deve-se avançar com as execuções de medidas nos diversos campos.

(2) Pontos a considerar

Para se promover a colaboração ainda maior do Japão para com a cominidade nikkei do exterior, é muito importante que se considere minuciosamente as diferenças, tais como as circunstâncias ou características de formação da comunidade nikkei no país em questão, e que se dê relevância ao fato de que a consciência dos nikkeis difere bastante conforme a região ou a geração. O relacionamento entre o Japão e a comunidade nikkei do exterior deve ser em forma de colaboração recíproca que atenda as necessidades da outra parte, sendo muito importante assumir este relacionamento como "colaboração" e não "apoio". Além disso, na área de intercâmbio cultural como, por exemplo, ensino da língua japonesa, que possui importante função como linha de conexão entre os nikkeis e o Japão, será também necessário procurar satisfazer o desejo referente à "identidade" dos nikkeis.

Transcorridos 10 anos desde a revisão da Lei de Controle de Imigração e Reconhecimento de Refugiados (Lei de Controle de Imigração), em 1990, os problemas relativos a trabalhadores nikkeis no Japão e seus familiares estão se diversificando. Dentro do avanço da globalização da sociedade e da economia, é necessário que toda a comunidade japonesa se torne uma comunidade em que os estrangeiros possam se integrar, sem sofrer discriminações. Por isso, numa época como esta em que está havendo redução da população do Japão devido à queda da taxa de natalidade e aumento da longevidade, a presença dos nikkeis no Japão pode ser considerada um caso pioneiro da globalização da comunidade japonesa.

Para se discutir a colaboração com a comunidade nikkei no futuro, é necessário tentar resolver os problemas deixados pelas atividades de emigração, no século 20. Não podemos nos esquecer da ajuda recebida pelo Japão na época da devastação do pós-guerra através de víveres de socorro da LARA (Licenced Agengy for Refief on Asia) enviados pela comunidade nikkei do exterior, ou do auxílio da comunidade nikkei do exterior, prestado quando da ocorrência do Grande Terremoto de Hanshin-Awaji. Como um país que enviou grande número de emigrantes mediante apoio governamental, é evidente que se deverá continuar a ajudar os nikkeis conforme as mudanças das necessidades da comunidade nikkei. É necessário depositar forças ainda maiores para auxiliar as pessoas nos problemas de bem-estar decorrente do envelhecimento dos emigrantes e para aqueles que não o conseguem com esforço próprio. Além disso, uma das funções requeridas ao governo consiste em promover as relações públicas e de esclarecimentos para aumentar a compreensão correta do povo japonês quanto à história da migração ao exterior e a realidade da comunidade nikkei.

2. Medidas Concretas Futuras

(1) Providências para o auxílio aos emigrantes

(a) Assistência social aos imigrantes idosos

As comunidades nikkeis da América do Norte e da América do Sul estão exigindo a aplicação dos sistemas de segurança social do Japão aos residentes permanentes do exterior, tais como a Lei de Apoio às Vítimas da Bomba Atômica, Pensão de Assistência Social aos Idosos, e outros. Como o problema das vítimas da bomba atômica é um fato histórico muito especial experienciado somente pelo Japão, não é possível solicitar ajuda a país estrangeiro onde vive o nikkei, vítima da bomba. Levando-se em conta as exaustivas solicitações dos emigrantes na Convenção dos Nikkeis e Japoneses no Exterior e o avanço da idade das vítimas, torna-se necessário fazer análise urgente das medidas de apoio aos nikkeis vítimas da bomba atômica, que vivem no exterior.

Em relação à Pensão de Assistência Social aos Idosos, um residente no exterior não possui, de acordo com a lei, qualificação para receber esse benefício, mas o atual sistema de Pensão Nacional permite que o cidadão japonês residente no exterior, que ingressar voluntariamente no seguro e pagar a taxa de seguro estabelecida, receba os benefícios da Pensão Básica para Idosos. Quanto a este ponto, há necessidade de se continuar acompanhando de perto as comunidades nikkeis do exterior.

É tendência mundial que a assistência social aos idosos seja feita pelo país em que a pessoa vive. Contudo, deve-se considerar que nem sempre o conteúdo da segurança social do país em que reside o emigrante, que necessita de auxílio na vida cotidiana ou de tratamento médico, ou seja, o emigrante idoso, seja do nível da segurança prestada pelo Japão. Porém, é quase impossível se aplicar o sistema de segurança social do Japão. Portanto, do ponto de vista complementar dos limites do sistema de segurança social, é necessário ampliar ainda mais o sistema para prestar fundo de assistência aos grupos de apoio do país em questão como, por exemplo, grupo de nikkeis. Além disso, há necessidade, também, de apoiar a formação de recursos humanos na área de assistência social, que inclui problemas referentes a cuidado a idosos.

(b) Continuação das medidas de apoio necessárias

A comunidade de emigrantes japoneses e de nikkeis desenvolveu bastante com o passar dos tempos e está, atualmente, alcançando a etapa de fixação e estabilização. Existem, todavia, regiões que enfrentam sérios problemas impossíveis de serem solucionados por esforços próprios, tais como problemas de administração agrícola, desastres naturais, etc. Quanto à ajuda a essas regiões, há necessidade de o governo continuar tomando medidas necessárias.

Além das cooperações fornecidas em instalações nas regiões de migração efetuadas pela Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA), para ajudar os agricultores nikkeis, é necessário executar o desenvolvimento de novas tecnologias, orientações de administração agrícola, etc., em cooperação com as cooperativas agrícolas do Japão, de modo a tentar um desenvolvimento ainda maior da sociedade agrícola nikkei.

Quanto às pessoas que têm dificuldades em compreender a língua do país em que reside, é necessário fornecer informações que sirvam de auxílio para os diversos problemas que enfrentam no dia-a-dia.

(c) Esclarecimento e serviço de informação ao povo japonês a respeito da comunidade de emigrantes japoneses e descendentes, e colaboração às pesquisas técnicas

Não devemos esquecer que os sacrifícios realizados e os esforços dedicados pelos emigrantes para construir uma nova vida, dentro de uma comunidade desconhecida, de cultura e costumes diferentes, constituam em base para o desenvolvimento da atual comunidade nikkei no exterior. A seriedade e as diversas contribuições dos emigrantes japoneses angariaram a confiança e o respeito nos países imigrados e, como resultado do esforço dos emigrantes em educar seus filhos, hoje, os nikkeis atuam em diversas áreas da sociedade, colaborando para o progresso desse país. Este fato é motivo de orgulho para nós, os japoneses. Contudo, não se pode dizer que a história da emigração ao exterior e a realidade da comunidade nikkei se encontram em condições de suficiente e correta compreensão por parte dos japoneses.

Caso se criar um local como um museu da emigração, onde os emigrantes e descendentes que visitam o Japão possam sentir conforto espiritual e se certificar do orgulho do seu pioneirismo, os laços de confraternização entre os nikkeis e o Japão se tornas, com certeza, mais estreitos. Além disso, a difusão de informações corretas aos japoneses sobre a história das atividades de emigração e a situação atual da comunidade nikkei no exterior resultará no respeito dos japoneses em relação aos sacrifícios e esforços feitos pelos emigrantes. Pode-se dizer que estas funções são também de responsabilidade do país, que deu seu apoio na ocasião do envio dos emigrantes.

É imprescindível avaliar corretamente a história da emigração até hoje, registrar e conservar os arquivos importantes e, além disso, preparar salas de arquivos sobre a emigração para que os nikkeis, os pesquisadores de emigração, etc., do mundo inteiro possam utilizar as informações e propagar a compreenção sobre emigração, tanto no Japão como no resto do mundo.

Espera-se que esses esforços incentivem os nikkeis se sentirem simpatizantes com o Japão, e a contribuir para a criação de uma rede que permita um intercâmbio ativo entre as comunidade nikkeis do mundo e o Japão, entre as próprias comunidades nikkeis, além de possibilitar a troca mútua de informações.

(2) Auxílio para a manutenção/promoção das relações entre o Japão e a comunidade nikkei no exterior.

É importante aumentar ainda mais a colaboração com os nikkeis aproveitando as diversas habilidades em várias áreas, tais como o ensino da língua japonesa em prol da cominidade nikkei, intercâmbio cultural, apresentação de informações, intercâmbio de recursos humanos, etc.

Deve-se esforçar para a execução das atividades de colaboração, tentando fazer um aproveitamento intensivo das organizações privadas mencionadas na decisão do gabinete de fevereiro de 1995 intitulada "Sobre reestruturação e Racionalização da das entidades jurídicas especiais".

(a) Ensino da língua japonesa

Em relação ao ensino e difusão da língua japonesa no exterior, é imprescindível que os organismos relacionados se unam para estabelecer uma política geral. Quanto às atividades de apoio do ensino da língua japonesa da Agência de Cooperação Internacional do Japão, que tem sido executadas como parte da cooperação tradicional aos emigrantes, deve-se considerar a transferência gradual dessa atividade para a Fundação Japão, partindo do ponto de vista de que o ensino da língua japonesa trata-se de ensino de uma língua estrangeira. Neste caso, há necessidade de se preparar o orçamento e providenciar os devidos recursos humanos para a Fundação Japão e formar uma estrutura que possibilite a execução da presente atividade.

Torna-se necessário, levando-se em conta as necessidades locais, o desenvolvimento de materiais didáticos e métodos de ensino, apoio à escola internacional bilíngue, cooperação com o meio de comunicação em massa japonês do país, etc., além da realização contínua da formação de professores de japonês com o pessoal local, com base num método eficaz de ensino da língua japonesa.

Além disso, tendo-se em vista os grandes méritos do ensino da língua japonesa, é necessário incentivar a contratação de nikkeis com fluência no idioma japonês tanto no Japão como no país em questão, mas, para isso, o governo deverá se esforçar para obter a compreensão e colaboração da área econômica.

Outrossim, entre os nikkeis existem aqueles que possuem nacionalidade japonesa, mas, não devemos nos ater simplesmente ao fato desses nikkeis, principalmente os jovens, possuírem ou não a cidadania japonesa, e sim, levar em consideração o ambiente em que vivem. É necessário tomar cuidado para que os nikkeis com nacionalidade japonesa não fiquem em desvantagem em relação aos que não possuem como, por exemplo, em caso de fornecimento de bolsas de estudos para o Japão.

(b) Relações públicas e cultura

Para se cumprir satisfatoriamente a função dos nikkeis como "ponte de ligação" entre o Japão e o país em que vive, é necessário fornecer continuamente informações atualizadas sobre o Japão a esses nikkeis. Com isso, será ativada a notável capacidade de divulgação dos nikkeis, ou seja, entre aqueles que mostram grande interesse pelo Japão.

Também é de suma importância a criação de uma rede entre Centro Cultural e Imformativo da Embaixada ou do Consulado Geral, Escritório da Fundação Japão e a comunidade nikkei do exterior. Será grande a possibilidade de utilização da internet nessa área. Em relação às questões de intercâmbio de relações públicas e culturais, as comunidades nikkeis estão solicitando a apresentação de informações sobre o Japão atual, cultura dos jovens, cultura "underground",assim com culturas tradicionais, tais como artes tradicionais, cerimônia do chá, arranjo de flores, haiku, etc., É necessário também atender plenamente a estas solicitações.

(c) Promoção do amplo intercâmbio humano com a comunidade nikkei

É recomendável trabalhar para um maior aumento das atividades de intercâmbio, estreitando a união entre os órgãos públicos, privados e governos regionais. Tomando como modelo o grande resultado para intercâmbio com países estrangeiros obtido pelo Programa JET (Japan Exchange and Teaching Program), que convida jovens estrangeiros que efetuam orientações de línguas, deve-se analisar o aumento da participação dos jovens nikkeis nestas atividades, ou a criação de novos programas que utilizam a capacidade linguística dos jovens nikkeis, tendo como referência essas atividades. Além disso, deve-se esforçar para a ampliação das atividades de envio de voluntários do Japão, realizadas pela Agência de Cooperação Internacional do Japão, ou seja, de voluntários jovens e voluntários seniores à comunidade nikkei, tendo como objetivo o desenvolvimento regional da América Central e do Sul, inclusive o da comunidade dos nikkeis.

(3) Cooperação nas áreas de desenvolvimento, economia e tecnologia

Deve-se desenvolver as cooperações mencionadas abaixo e, principalmente, em relação às regiões objetos de Assistência Oficial para Desenvolvimento (ODA), tais como a América Central e do Sul, deve-se utilizar a ODA de uma maneira proveitosa. Simultaneamente, deve-se sempre ter em mente a utilização das capacidades dos nikkeis a fim de elevar a eficiência da ODA.

(a) Formação de recursos humanos

Esforçar-se para elevar a posição e a capacidade dos nikkeis serve não somente para contribuir com o país em que vivem esses nikkeis, como também, serve para a elevação da posição do Japão na sociedade internacional e para o fortalecimento da base das relações externas. Por isso, é necessário continuar a apoiar a formação dos recursos humanos dos nikkeis. Quanto às atividades de formação de recursos humanos que estão sendo realizadas pela Agência de Cooperação Internacional do Japão, ou seja, atividades de recebimento de estagiários nikkeis para obter tecnologia e conhecimentos necessários para o desenvolvimento da região, e às atividades de subsídio de bolsas de estudo para bolsistas nikkeis voltadas a estudantes do curso de pós-gradução no Japão, é necessário se dedicar para aumentá-las. Além disso, deve-se analisar a criação de uma fundação para a formação de recursos humanos aproveitando os patrocinadores privados. Desta maneira, espera-se preparar e fortalecer um sistema de colaboração para a formação de recursos humanos de nikkeis do exterior, mediante colaboração e união das entidades pública e privada e dos governos regionais.

(b) Cooperação econômica e técnica

A cooperação econômica e técnica está mudando e crescendo consideravelmente tanto em qualidade como em quantidade, e a sua ampliação está passando da simples transferência de tecnologia para o campo de auxílio intelectual e auxílio para a formação de política governamental. O fato de o Japão utilizar recursos humanos de nikkeis, que possuem alta capacidade tecnológica, e dar importância como parceiro de cooperação internacional significa ampliar ainda mais a faixa de cooperação econômica e técnica e aumentar a força motora. Por exemplo, o envio de recursos humanos nikkeis a um outro país em desenvolvimento como especialista do Japão deve aumentar ainda mais a eficácia da cooperação técnica do Japão. Além disso, deve-se preparar o sistema de cooperação e união de modo que os nikkeis apóiem os especialistas e missões enviados pelo Japão aproveitando eficazmente os resultados da pesquisa da possibilidade de utilização dos recursos humanos da sociedade nikkei realizada pela Agência de Cooperação Internacional do Japão.

Além disso, a cooperação nas áreas de medicina, assistência social e bem-estar, especialmente a formação de médicos, advogados, etc., nikkeis que falem japonês e o fornecimento de informações a respeito dessas pessoas proporcionam um grande benefício para a comunidade nipônica do exterior, que cresce a cada dia. Conseguindo-se este tipo de formação de recursos humanos e a estruturação do fornecimento de informações, deve-se intensificar ainda mais a cooperação recíproca dos japoneses de longa permanência no país como, por exemplo, os funcionários de empresas, com a comunidade nikkei.

(c) Cooperação nos projetos de nível nacional ou internacional que sejam benéficos à comunidade nikkei

Para o desenvolvimento e progresso da comunidade nikkei, é necessário que haja progresso e prosperidade em todo o país receptor. Além disso, dentro do avanço da globalização econômica e social, surge a necessidade de se pensar no desenvolvimento da comunidade nikkei dentro deste contexto. O Japão não deve limitar o auxílio aos emigrantes e nikkeis em unidades de região de migração, como era feito até agora. Na América do Sul, estão sendo realizados exames de projetos para a estruturação de rede rodoviária internacional, corredor de exportação interoceânica, etc. Mas quanto a esses projetos de escala nacional ou continental, ou a diversos projetos que servem para fortalecer as relações entre a América do Sul e a Ásia, deve-se analisar a possibilidade de cooperação através da escolha de projetos adequados, terndo em mente o ponto de vista de benefício à comunidade nikkei.

(d) Cooperação nas atividades e nos negócios

Está sendo necessária a estruturação de uma atraente rede global de nikkeis que possibilite o fornecimento de informações eficientes sobre negócios, tendo em vista também os nikkeis que vivem em regiões fora da atuação da ODA como, por exemplo, na América do Norte. Nesta área, é imprescindível o fortalecimento ainda maior da Associação dos Nikkeis e Japoneses no Exterior e a cooperação do mundo de negócios do Japão. Além disso, como a internet está mostrando seu poder na área de fornecimento de informações sobre o recrutamento de recursos humanos, etc., deve-se aumentar ainda mais a utilização da mesma.

Quanto aos países em desenvolvimento, há necessidade de fornecer diversos knowhows de administração, através de, por exemplo, envio de especialistas da JICA do Japão ou de um terceiro país para consultoria sobre negócios.

(4) Trabalhos dos nikkeis no Japão

(a) Recebimento dos nikkeis, fornecimento prévio de informações

Desde a revisão da Lei de Controle de Imigração em 1990 até hoje, grande número de nikkeis chegou ao Japão para trabalhar. No futuro, dependendo da tendência de se ter poucos filhos ou da prespectativa da estruturação demográfica e procura e demanda de mão-de-obra no Japão, prevê-se que a discussão a respeito de política de recebimento de trabalhadores irá aumentar. Nesse caso, deve-se discutir considerando a capacidade dos nikkeis e a ligação dos mesmos com o Japão.

Além disso, é desejável que se forneça ao nikkei informações corretas sobre a vida no Japão e a respeito do trabalho antes que ele venha para o Japão, e que dê apoio para que os nikkeis cheguem ao nosso país com uma boa preparação.

(b) Auxílio durante a permanência dos nikkeis no Japão

Apesar de que tanto as entidades públicas, privadas e governos regionais estejam se esforçando para promover compreenção e cooperação com os trabalhadores nikkeis e suas famílias, é necessário que essas entidades se esforcem para preparar um sistema mais detalhado.

Especialmente, como o período de permanência dos trabalhadores nikkeis tende a ser de longo prazo, além dos problemas de intermediação das empreiteiras e diversas questões relacionadas às condições de trabalho, há problemas de inadequabilidade dos nikkeis à sociedade japonesa e de educação dos filhos dos nikkeis. Quanto a esses casos, devido à sua complexidade, torna-se necessário uma colaboração e união ainda maior dos relacionados para a resolução de tais problemas. É desejável que haja continuidade de esforso para fornecimento de diversas informações, elaboração do sistema de consultas, apoio à vida cotidiana, tais como educação e tratamento medíco, concessão de técnica e qualificação especializada, apoio ao ensino da língua japonesa, etc.

Como um exemplo de resultado positivo dos trabalhos municipais, servem de referência a cidade de Hamamatsu, na província de Shizuoka, que colaborou para o estabelecimento do colégio Pitágoras, reconhecida pelo governo brasileiro, e a cidade de Ota e Oizumi-machi, na província de Gunma, que tentam desenvolver a harmonia e a compreensão mútua com os moradores locais, através da realização de eventos como carnaval de samba.

(c) Apoio aos nikkeis depois de seu retorno ao país

É importante também dar apoio à contratação de trabalhadores nikkeis ou ao empreendimento após o retorno ao seu país. Pensa-se que o plano Tecnocenter (Centro de Tecnologia), cuja análise a JETRO (Japan External Trade Organization) está propondo a entidades relacionadas como apoio à penetração de empresas de pequeno e médio porte do Japão no exterior, é eficiente também para os trabalhadores nikkeis estabelecerem suas empresas depois que retornarem ao país, e deve se analisar a promoção deste plano na América do Sul, etc., através do apoio do governo do Japão.

Além disso, mesmo no tocante ao apoio financeiro para o estabelecimento e desenvolvimento de empresas de pequeno e médio porte dos nikkeis utilizando as instituições financeiras do Japão e do exterior e as diversos fundos internacionais, o governo deve se empenhar para tornar isso realidade, elaborando diversos métodos.

(5) Intensificação da união e colaboração da comunidade nikkei com as áreas relacionadas do Japão e do exterior

A união da comunidade nikkei de áreas relacionadas do Japão e do exterior não constitui somente uma união em termos espirituais como também resulta em diversos frutos, tais como apresentação de casos de sucesso dos nikkeis na área empresarial, fornecimento de oportunidades para compartilhar informações benéficas, etc. Mesmo deste ponto de vista, é importante a estruturação das entidades de nikkeis de cada região, o apoio em relação ao estabelecimento da rede global e, simultaneamente, há necessidade de ampliar o apoio a, por exemplo, Conferência Pan-Americana das Associações dos Nikkeis (COPANI). Além disso, é de alta significância o incentivo ao intercâmbio das comunidades nikkeis, mesmo a nível de jovens, e deve-se analisar a criação de atividades similares às do programa Barco da Juventude do Sudeste Asiático voltadas às comunidades nikkeis.

A Convenção dos Nikkeis e Japoneses no Exterior, realizado anualmente mediante organização da Associação dos Nikkeis e Japoneses no Exterior, é uma ocasião importante em que as solicitações da comunidade nikkei do exterior podem ser ouvidas. Deve-se continuar a dar apoio essa convenção. Deseja-se sinceramente o fortalecimento da Associação dos Nikkeis e Japoneses no Exterior que, além da realização dessa convenção, executam diversas outras atividades de apoio.


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